FOME NUNCA MAIS

BATUCANDO POR DIRETAS JÁ




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FOME NUNCA MAIS - MEMÓRIAS DE UM SACRIFÍCIO

No final da década de noventa, inicio do século vinte e um, de norte a sul, de leste a oeste do país, incontáveis manifestações foram às ruas contra a recessão e injustiça social. O eco dessas manifestações, resultou anos depois, em mudanças no cenário político, econômico, social e cultural do país.

O artista plástico Severino Iabá, que na época participou como artista-cidadão dessas manifestações, trouxe a público o projeto “Fome nunca mais – memórias de um sacrifício”como desdobramento do seu projeto de arte pública Via Crusis Da Fome e do Desemprego

Herbert de Souza ( o Betinho)

Herbert de Souza ( o Betinho)
Betinho, sociólogo que fundou em 1993 o movimento Ação da Cidadania contra a Fome e a Miséria. Faleceu em 1997 e foi homenageado de 1999 a 2000 pelo projeto de arte pública A Via Crucis da Fome e do desemprego do artista plástico Severino Iabá

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Logomarca movimento de Betinho

Frase de Betinho



"Um país que exclui,que não se organiza para propiciar trabalho, o emprego e renda para todos os seus habitantes. É perverso.
Uma economia que não integra todas as pessoas não é ética.
Uma sociedade que oferece trabalho normal, regular,remunerado para minoria e que deixa a maioria à margem, à míngua não é democrática, é imoral." ( Betinho)

Severino Iabá

Severino Iabá
Severino Iabá,artista plástico criador do projeto projeto de arte pública ' Via Crucis da Fome e do Desemprego" ( 1999 e 2000)

Pratos vazios contra a miséria.

Pratos vazios contra a miséria.
Pratos com as frases " demitido" e " não há vagas" impressa nos pratos que viajaram o país protestando contra a miséria no Brasil.

Severino e sua cruz de pratos

Severino e  sua cruz de pratos
Intervenção escadaria da Igreja dos Passos em Salvador -BA

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Jornais da época .

Jornais da época .

Os oratórios do Fome Nunca Mais


"Fome Nunca Mais" - Memória de um sacrifício" é um projeto de arte pública itinerante, fruto de desdobramento do projeto: “ A Via-crúcis da fome e do desemprego”, através da qual o artista plástico Severino Iabá percorreu 12.500 kms do país, realizando intervenções urbanas com instalação intitulada "O sacrifício" em praças de 15 cidades brasileiras, de 1º de maio de 1999 (Praça da Cemig, Contagem) a 1º de maio de 2000, (Praça dos Três Poderes, Brasília-DF).

Passados dez anos dessa viagem, conforme havia prometido ao povo brasileiro em Brasília-DF no dia 1º de maio de 2000, o artista volta novamente as praças do país, desta vez com uma instalação inspirada nos oratórios do barroco mineiro: os " Oratórios da Fome".

"Oratórios da Fome" - instalação artística composta de caixotes de fruta vazios contendo pratos de alumínio utilizados na instalação " O Sacrifício" com imagens digitalizadas de autoria do artista sobre "A Via-crúcis da Fome e do Desemprego" de 1999 e 2000.

Este novo projeto de intervenção urbana lançado na praça da Cemig de Contagem/MG no dia 1º de maio de 2009 foi fruto de um compromisso assumido pelo artista na Praça dos Três Poderes e depois ao lado da escultura de Ciron Franco criada para homenager o índio Pataxó, Galdino Jesus dos Santos, queimado e assassinado numa praça de Brasília em 1997.

Alêm de suas pretençoes estéticas, um dos propósitos do Severino Iabá com esse projeto é verificar o que mudou nos últimos dez anos no Brasil com relação ao que denunciou na primeira viagem e saber que outras questões ainda desafiam o povo brasileiro.

Na segunda viagem, como na primeira, o artista espera novamente poder contar com a ajuda e acolhida das pessoas e instituições na realização dessa nova impreitada .

No período da viagem, além das praças, outros espaços públicos , como escolas, universidades e espaços culturais poderão participar do projeto "Fome nunca mais-memórias de um sacrifício" acolhendo em seus próprios caixotes (oratórios) e pratos as imagens da Via-crúcis, bastando para isso, apenas solicitar do artista as imagens em foto da Via-crúcis pelo e-mail

Cidades visitadas entre 1999 e 2000:

Contagem/Mg (1ªestação – 01.05.99), Belo Horizonte/MG (2ª estação – 01.05.99), Ouro Preto/MG 3ª estação – 14.07.99), Aparecida do Norte/SP (4ª estação – 12.10.99) , São Paulo/SP (5ª estação – 10.12.99), Curitiba/PR (6ª estação – 11.12.99), Fortaleza/CE (7ª estação – 07.0100), João Pessoa/PB (8ª estação – 11.01.00), Recife/PE (9ª estação –14.01.00), Surubim/PE (10ª estação- 15 01.00), Salvador/BA (11ª estação – 20.01.00), Canudos/BA (12ªestação – 22.0100), Goiânia/GO (13ª estação – 01.04.00) , Rio de Janeiro/RJ (14ª estação – 20/22). 04.00) e Brasília/DF (15ª estação-01.05.00).




Fome Nunca Mais - Cidades visitadas


Contagem/MG, Porcos de Caldas/MG, Recife/PE, Surubim/PE João Pessoa/PB ,Belo Horizonte/MG e Brasilia/DF

Fome Nunca Mais - Crítica de Arte

Severino Iabá é um artista mundano. Sua opção estética não se debruça sobre o que é belo ou não, mas levanta questões de ordem social. Ele é um viajante que com seu “ sacrifício” percorreu entre maio de 1999 e 2000 exatos 12.550 km, pousando em 15 cidades de norte a sul do Brasil com sua cruz de pratos. Passados 10 anos desta experiência, Severino retoma seus registros, fotos, vídeos, depoimentos, memória,anotações e ressuscita, tal qual fênix, os ex-votos de sua “Via-Crucis”. Neste novo projeto de exposição agrega valor, cuida para que as imagens não sejam um mero registro de sua andança, mas um renovar de sua aguda e profunda crítica social e a opção por uma arte engajada e franciscana.

( Fernando Perdigão – artista plástico)

Carta ao Povo brasileiro (01/05/2000)

No período de 1º de maio de 1999 a 11º de maio de 2000 realizei o projeto de arte pública “ A Via-crúcis do fome e do desemprego em 15 estações ( 15 cidades brasileiras) com uma instalação intitulada de O Sacrifício” onde através da qual realizei 33 intervenções urbanas em espaços público abertos.

Ao transitar por 13 estados do país, percorri com o trabalho um total de 12.500km de estradas em ônibus entre as cidades de Contagem/Mg e Brasília/DF.Nestas cidades , alêm da montagem da cruz, composta de 136 pratos de alumínio (151 após o aumento do salário mínino ), contendo dentro destes as expressões “demitido” e Não há vagas” . expostos no chão foram captados imagens fotográficas e em vídeos, alem de ter sido tomado depoimentos de pessoas que encontrei pelo caminho.

O espaço público permitiu o contato com a realidade social brasileira através das pessoas das mais variadas procissões e crenças, além das excluídas pelo sistema; tais como desempregados,sub-empregados; mendigos; inclusive um grande número de crianças, mulheres e idosos ( com quem algumas vezes pude dividir minha comida) que perambulavam pelas ruas e praças das cidades. Nesses locais , uma face do país , a da exclusão , foi sendo colocada nas mais variadas reações das pessoas através de comentários, depoimentos, discussões e até manifestações de protesto.

Contrapondo-se a este quadro de “canibalismo social”, gerado pelo capital que incentiva a concentração de renda e a injustiça social, vivenciei situações de solidariedade e alegria proporcionadas por crianças, idosos, trabalhadores, artistas, policiais e mesmo pelos transeuntes mais apressados.

Aliás, acontecimentos inusitados foram uma constância nessa via-crúcis através não somente das atitudes de solidariedade com também de repulsa. Em muitos lugares pessoas participaram da montagem e desmontagem da obra de pratos, ofereceram alimentos, hospedagem, transporte e até colocaram moedas nos pratos com forma mais concreta de ajuda. Em outros locais fui impedido de mostrar o trabalho através de ação de ação fiscal direta, de ameaças de prisão e até pela destruição de formação da cruz de pratos por helicóptero da Polícia Militar em Aparecida do Norte-SP, o que causou tanto a perda de alguns pratos como uma extremada reação de indignação e solidariedade de pessoas que presenciaram o foto.



Ao finalizar esta experiência em Brasília no dia 1º de maio de 2000 percebi que a perspectiva das pessoas com relação ao futuro do país transita na área de desesperança. Nos vários espaços onde estive observei , apesar da indignação geral contra recessão econômica e o governo, o alto índice desemprego e a fome, poucas ações que venham possibilitar um amanhã melhor, já que hoje, é tão confuso, onde vivenciamos um profundo” estado de servidão” mesmo que a grande maioria da população não tenha a menor noção de sua subserviência.

Esse processo não termina aqui. Futuramente, todos os registros de minha experiência serão vistos em livro e numa exposição documental. Espero também, se possível, voltar às mesmas praças e ruas a partir de 2009 para verificar se esta situação de desemprego e fome do povo brasileiro tenha sido minimizado.

Este projeto de arte foi financiado com meus próprios recursos, porem se não fosse o apoio e a presença amiga e solidária das pessoas que fui encontrando pelos caminhos esta operação não teria sido possível.

Severino Iabá, artista plástico

Brasília, 1º de maio de 2000

Jornais da época

O Tempo-MG,Informe-Festival de Inverno de UFMG, o Estado do Paraná-PR, Jornal do Servidor –Betim-MG, Jornal do Comércio –PE, Diário de Pernambuco - PE, Correio da Paraíba-PB, O Povo - CE, A tarde – BA, O Popular - GO , Correio Brasilience-DF, Hoje em Dia –MG Estado de Minas –MG, Folha de São Paulo-SP,O Globo - RJ,AL informa o Assembléia Legislativa- MG


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Severino Iabá
Artista plástico, professor, natural de Surubim - PE. Viveu toda infância e adolescência no meio rural. Iniciou nas artes plásticas ainda estudante inspirado nos murais do artista plástico Francisco Brenannd e de Estrigas. Depois de residir em Fortaleza, Recife, Natal e João Pessoa, mudou-se para Belo Horizonte em 1993. Acerca de seu projeto de arte pública "Manifesto das Flores", em 2004 assim se expressou o jornalista Morgan da Motta da Associação Brasileira e Internacional de Críticos de Arte: “Desde a Semana de Arte de Vanguarda, realizada com a inauguração da Fundação Cloves Salgado (Palácio das Artes), e os Domingos de Criação, no Rio de Janeiro, sob a curadoria do crítico de arte Frederico de Morais - não se via nada tão consistente e atraente em nível de apropriação e arte conceitual. Essa proposta de criações coletivas, que fez ressoar por toda cidade um grito contra a violência e a exclusão, sem dúvida nenhuma, foi o que melhor aconteceu de mais importante no Brasil.” Saiba mais sobre a sua vida e obra no http://severinoiaba-vida-obras.blogspot.com/
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